segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A Realidade da Educação Inclusiva no Brasil

  


  Criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais é o caminho para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular.

   É das escolas a responsabilidade de fortalecer a formação dos seus professores e equipe de apoio escolar.  A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Antes de falarmos sobre a educação inclusiva no Brasil, faz-se necessário esclarecer que educação inclusiva não deve ser confundida com educação especial, porém, a segunda está inclusa na primeira.      Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida dentro ou fora do ambiente escolar.

  O PNE considera público alvo da Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva, educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. No Brasil, a regulamentação mais recente que norteia a organização do sistema educacional é o Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020). Esse documento, entre outras metas e propostas inclusivas, estabelece a nova função da Educação especial como modalidade de ensino que perpassa todos os segmentos da escolarização (da Educação Infantil ao ensino superior); realiza o atendimento educacional especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos próprios do AEE e orienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas comuns do ensino regular.

   É muito importante a família levar para a escola um relatório sobre quais as necessidades do aluno, podendo ser: provas orais, maior tempo para elaboração das provas, perguntas menores, a fonte das letras maiores e a redução da média escolar de 6,0 para 5,0 por ser um direito do aluno. 
 
  Porém deve ser diagnosticado e orientado a partir do conhecimento minucioso do caso do educando (e que não é cabível em todos os casos), o atendimento regular por especialistas como psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, entre outros profissionais é igualmente fundamental.

  Isso significa custos que a maioria das famílias tem grande dificuldade para arcar e que, para o Estado ou instituições privadas de ensino, igualmente representam gastos vultosos. Como equacionar essa conta? A partir de políticas públicas que contemplem a realidade da situação, a onde as redes públicas e privadas sejam vistas sob olhares diferentes, mas com um único objetivo.

Publicada na Revista NB Plus - Edição nº 76 - Novembro 2016 - Página 50


quinta-feira, 14 de abril de 2016

Os Jovens e Seus Conflitos



         

    O mundo de hoje é mais rápido, é mais tecnológico, é digital, já não sabemos da vida da vizinha batendo um papo na janela, as informações vem através principalmente do Facebook e Whatsapp mesmo. Os jovens de hoje abrem o Windows e vão direto para as redes sociais. Apesar de muitas mudanças, há coisas na vida do jovem de hoje em dia que são como sempre foram e sempre serão.       
   É na juventude que descobrimos o mundo, buscamos construir a nossa identidade, quem somos e aprendemos com as experiências da vida, e vivemos aquilo que quando formos mais velhos deverá ser a fonte da nossa sabedoria.

   Estamos vivendo um período de relações sociais líquidas, cujo centro difusor são as redes sociais. Um impacto imediato desse cenário é a forma como se comportam os jovens de hoje diante dos mas banais conflitos do dia a dia, cenas de gritaria, estresse negativo, ofensas, crises de depressão e até mesmo choro fazem parte hoje, da forma como os jovens tentam enfrentar seus problemas, demonstrando nitidamente seu despreparo para a vida.


   Valendo lembrar que a vida de todo e qualquer ser humano é baseado em escolhas e consequências. Portanto criar filhos tentando protegê-los dos conflitos que os cercam sempre teve e sempre terá o "efeito proporcionalmente inverso" permita ao seu filho crescer e amadurecer para que ele não lhe faça sofrer.



domingo, 10 de abril de 2016

Os Perigos do Andador Infantil


         Durante muitos anos pontuei para as famílias sobre Os Perigos do Andador Infantil e sempre encontrei muita resistência de algumas para deixar de utilizar o brinquedo, pois o mesmo era muito popular nas décadas passadas e em muitos casos era visto como um recurso necessário para deixar a criança em "movimento" enquanto seus pais faziam outras tarefas e ao mesmo tempo as crianças iriam se divertir, ou seja tornava-se uma ferramenta útil na contra mão do sentimento de culpa por deixar o seu filho sozinho para realizar atividades domésticas, de trabalho ou até mesmo se divertir.
           Porém ele foi condenado pela Academia Americana de Pediatria em 2001 e proibido no Brasil em 2014. Por conta de um levantamento feito pelo Inmetro com produtos infantis constatando que um em cada dez acidentes entre 2006 e 2013 foram decorrentes do aparelho. Desses dados foi feita uma matéria jornalística a respeito: Fantástico: Inmetro Reprova Andadores Infantis em Julho de 2014 o que deu sustentabilidade a minha fala diante das famílias, valendo lembrar que o uso dos mesmos nunca foi autorizado em minha instituição, pelos fatores abaixo relacionados;

-Risco de queda por um tropeço da criança que irá projetar sua cabeça direto ao chão.
A pesquisadora sueca Ingrid Emanuelson pesquisou as internações por traumatismo craniano leve de crianças de 0 a 4 anos e constatou que acidentes com o andador eram sem dúvida o principal motivo para hospitalização, seguido por quedas no playground.
-Risco de queda em altura como escadas.
Nos Estados Unidos foram registradas 34 mortes de 1973 a 1998 causadas pelo equipamento, no Brasil não há controle acerca disso. (novidade!!!) 
-O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança.
Ainda que não muito bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.
-O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador.
Apesar de conferir mais mobilidade e velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas.

Poderia enumerar vários outros fatores de risco mas vou finalizar a relação com um exemplo bem simples: Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um menino de dez anos.

Não se pode dizer que o andador torna mais fácil cuidar da criança, pois isso revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Um dos maiores fatores de risco para traumas em crianças é dar independência demais numa fase em que ela ainda não tem a mínima noção de perigo. Caso o adulto realmente não tenha condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, é muito mais seguro colocá-lo num cercado com brinquedos apropriados a sua faixa etária do que num andador. Propiciando um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva. O andador definitivamente não se enquadra neste esquema.

domingo, 13 de março de 2016

Os Brinquedos Tecnológigos X Tradicionais



   Existe um grande conflito entre os pais sobre qual é o melhor recurso para ofertar as nossas crianças, os brinquedos tecnológicos ou os tradicionais? ou até mesmo utilizar os dois, opção mais escolhida entre as famílias. Devemos considerar que na atualidade assim como os bebês vivem em um mundo letrado os adultos vivem em mundo tecnológico, daí surgem as dúvidas tão angustiantes do que é o melhor a fazer? poxa passo o dia todo com meu smartphone e faço tanta coisa nele, até brincar com os joguinhos, por que não deixar meu filho brincar também? tudo bem, pode até servir como babá eletrônica algumas vezes, mas é legal ver ele manuseando meu aparelho e ficando tão entretido. Assim é o pensamento de muitos pais, e já ouvi isso muitas vezes em mais de 10 anos dedicados a Educação Infantil.
  
   Particularmente sempre fui contra, porque na nossa vida tudo tem sua fase certa, seu momento adequado e devemos ter consciência que o processo de maturação é o mais importante para avançarmos nas etapas de nossas vidas. Como em um jogo de video game para avançar uma fase é regra que se tenha de vencer a anterior, e como se pode vencer sem ter a destreza necessária, e mesmo tendo, saber controlar suas emoções e apertar no tempo certo o botão correto, ou seja, "maturar" suas emoções podendo conduzir suas ações de acordo com suas necessidades.    
  
  Em recente estudo da Universidade de Northern Arizona (Estados Unidos) foram acompanhados bebês de 10 a 16 meses e seus respectivos genitores, para tentar entender como o tipo de brinquedo influência na qualidade da interação entre filhos e pais, além do desenvolvimento da linguagem, nesta pesquisa científica foi comprovado que os brinquedos tradicionais superam e muito os tecnológicos, proporcionando as crianças uma interação mais rica e adequada as suas necessidades, por isso e pela minha experiência na direção de uma casa de educação vou prolongar essa idade aqui mencionada para até os 3 anos de idade, ou seja protejam seus filhos desses recursos tecnológicos e permitam que eles sejam o que são "crianças" e a eles cabem brincar, pular, correr, desenhar, criar, cantar e se com seus coleguinhas e sua família.

    Os pequenos aprendem brincando, e entre eles, seus pais e o brinquedo se forma um triângulo que deve fomentar a interação: o boneco é um coelhinho, a mãe verbaliza isso, e seu bebê assimila, tentando repetir e responder. Mas os brinquedos que emitem luzes, vozes e sons geram tanta atividade e interesse que rompem esse triângulo de aprendizagem: o aparelho passa a ser o personagem central enquanto pais e filhos olham.
   
     Enquanto brincavam com brinquedos eletrônicos que falam, pais e mães usavam menos palavras, geravam menos conversas e menos respostas dos seus filhos e filhas do que ao brincar com blocos de madeira, bonequinhos ou livros, que provocam muito mais interação verbal. O estudo, publicado na revista JAMA Pediatrics, foi feito durante um ano e meio com 26 bebês de 10 a 16 meses e suas respectivas mães (apenas um pai), deixando que brincassem com três tipos de elementos. Como a brincadeira ocorria em casa, havia uma interação mais realista, que ficava gravada para ser processada por um software específico. Comparou-se o diálogo que surgia com o uso de brinquedos eletrônicos (laptops e celulares de brinquedo e uma fazendinha que emite sons), com brinquedos clássicos (fazendinhas com fichas de madeira representando os animais, blocos de borracha e peças de formas diferentes para encaixar) e com a leitura de livros infantis.

   Com os eletrônicos, as mães usaram em média 40 palavras por minuto, em comparação com as 56 palavras empregadas com brinquedos tradicionais e as 67 com livros. A diferença se mostrou muito mais notável na análise das interações entre mãe e filho, as vocalizações espontâneas das crianças, as respostas e os turnos de conversa entre ambos, que foram muito mais ricas em brinquedos sem pilhas. O uso de palavras de conteúdo específico do jogo (animais da fazendinha, por exemplo) reduz-se pela metade em artefatos eletrônicos em comparação com blocos e bonecos. “Para minha surpresa, os brinquedos tradicionais criaram uma interação comunicativa de tanta qualidade como brincar com livros”, reconhece Sosa, pesquisadora da Universidade de Northern Arizona. 

   Em instituições educacionais se percebe, cada vez mais explicita, a necessidade de ampliar o universo físico de aprendizagem dos alunos, uma função de maior responsabilidade  das famílias, levando seus filhos a praças, parques infantis, áreas verdes, praias, piscinas enfim ter contato com a natureza  e o meio ambiente incluindo os animais, isso sim é proporcionar uma infância mágica.         

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Um pouco da realidade social no Brasil...




Em um país em que as nossas crianças descem ladeira a baixo nos quesitos Alfabetização e Letramento, tanto nas escolas da rede pública quanto da rede privada, fabricando analfabetos funcionais, e os Conselhos Municipais de Educação (órgãos fiscalizadores) praticamente não atuam inibindo esse infanticídio social. Além dos jovens que ficam cada dia mais pobres em sua escrita, fruto do acesso fácil e sem controle as redes sociais, terra de ninguém e que a escrita culta torna-se apenas siglas e "tb" . Escritores de crônicas tornam-se cada vez mais raros, e, no futuro não tão distante serão alienígenas do passado nos sites de história. Por isso só tenho a parabenizar todos que possuem o desvelo e o cuidado com as palavras.