domingo, 13 de março de 2016

Os Brinquedos Tecnológigos X Tradicionais



   Existe um grande conflito entre os pais sobre qual é o melhor recurso para ofertar as nossas crianças, os brinquedos tecnológicos ou os tradicionais? ou até mesmo utilizar os dois, opção mais escolhida entre as famílias. Devemos considerar que na atualidade assim como os bebês vivem em um mundo letrado os adultos vivem em mundo tecnológico, daí surgem as dúvidas tão angustiantes do que é o melhor a fazer? poxa passo o dia todo com meu smartphone e faço tanta coisa nele, até brincar com os joguinhos, por que não deixar meu filho brincar também? tudo bem, pode até servir como babá eletrônica algumas vezes, mas é legal ver ele manuseando meu aparelho e ficando tão entretido. Assim é o pensamento de muitos pais, e já ouvi isso muitas vezes em mais de 10 anos dedicados a Educação Infantil.
  
   Particularmente sempre fui contra, porque na nossa vida tudo tem sua fase certa, seu momento adequado e devemos ter consciência que o processo de maturação é o mais importante para avançarmos nas etapas de nossas vidas. Como em um jogo de video game para avançar uma fase é regra que se tenha de vencer a anterior, e como se pode vencer sem ter a destreza necessária, e mesmo tendo, saber controlar suas emoções e apertar no tempo certo o botão correto, ou seja, "maturar" suas emoções podendo conduzir suas ações de acordo com suas necessidades.    
  
  Em recente estudo da Universidade de Northern Arizona (Estados Unidos) foram acompanhados bebês de 10 a 16 meses e seus respectivos genitores, para tentar entender como o tipo de brinquedo influência na qualidade da interação entre filhos e pais, além do desenvolvimento da linguagem, nesta pesquisa científica foi comprovado que os brinquedos tradicionais superam e muito os tecnológicos, proporcionando as crianças uma interação mais rica e adequada as suas necessidades, por isso e pela minha experiência na direção de uma casa de educação vou prolongar essa idade aqui mencionada para até os 3 anos de idade, ou seja protejam seus filhos desses recursos tecnológicos e permitam que eles sejam o que são "crianças" e a eles cabem brincar, pular, correr, desenhar, criar, cantar e se com seus coleguinhas e sua família.

    Os pequenos aprendem brincando, e entre eles, seus pais e o brinquedo se forma um triângulo que deve fomentar a interação: o boneco é um coelhinho, a mãe verbaliza isso, e seu bebê assimila, tentando repetir e responder. Mas os brinquedos que emitem luzes, vozes e sons geram tanta atividade e interesse que rompem esse triângulo de aprendizagem: o aparelho passa a ser o personagem central enquanto pais e filhos olham.
   
     Enquanto brincavam com brinquedos eletrônicos que falam, pais e mães usavam menos palavras, geravam menos conversas e menos respostas dos seus filhos e filhas do que ao brincar com blocos de madeira, bonequinhos ou livros, que provocam muito mais interação verbal. O estudo, publicado na revista JAMA Pediatrics, foi feito durante um ano e meio com 26 bebês de 10 a 16 meses e suas respectivas mães (apenas um pai), deixando que brincassem com três tipos de elementos. Como a brincadeira ocorria em casa, havia uma interação mais realista, que ficava gravada para ser processada por um software específico. Comparou-se o diálogo que surgia com o uso de brinquedos eletrônicos (laptops e celulares de brinquedo e uma fazendinha que emite sons), com brinquedos clássicos (fazendinhas com fichas de madeira representando os animais, blocos de borracha e peças de formas diferentes para encaixar) e com a leitura de livros infantis.

   Com os eletrônicos, as mães usaram em média 40 palavras por minuto, em comparação com as 56 palavras empregadas com brinquedos tradicionais e as 67 com livros. A diferença se mostrou muito mais notável na análise das interações entre mãe e filho, as vocalizações espontâneas das crianças, as respostas e os turnos de conversa entre ambos, que foram muito mais ricas em brinquedos sem pilhas. O uso de palavras de conteúdo específico do jogo (animais da fazendinha, por exemplo) reduz-se pela metade em artefatos eletrônicos em comparação com blocos e bonecos. “Para minha surpresa, os brinquedos tradicionais criaram uma interação comunicativa de tanta qualidade como brincar com livros”, reconhece Sosa, pesquisadora da Universidade de Northern Arizona. 

   Em instituições educacionais se percebe, cada vez mais explicita, a necessidade de ampliar o universo físico de aprendizagem dos alunos, uma função de maior responsabilidade  das famílias, levando seus filhos a praças, parques infantis, áreas verdes, praias, piscinas enfim ter contato com a natureza  e o meio ambiente incluindo os animais, isso sim é proporcionar uma infância mágica.