Durante muitos anos pontuei para as famílias sobre Os Perigos do Andador Infantil e sempre encontrei muita resistência de algumas para deixar de utilizar o brinquedo, pois o mesmo era muito popular nas décadas passadas e em muitos casos era visto como um recurso necessário para deixar a criança em "movimento" enquanto seus pais faziam outras tarefas e ao mesmo tempo as crianças iriam se divertir, ou seja tornava-se uma ferramenta útil na contra mão do sentimento de culpa por deixar o seu filho sozinho para realizar atividades domésticas, de trabalho ou até mesmo se divertir.
Porém ele foi condenado pela Academia Americana de Pediatria em 2001 e proibido no Brasil em 2014. Por conta de um levantamento feito pelo Inmetro com produtos infantis constatando que um em cada dez acidentes entre 2006 e 2013 foram decorrentes do aparelho. Desses dados foi feita uma matéria jornalística a respeito: Fantástico: Inmetro Reprova Andadores Infantis em Julho de 2014 o que deu sustentabilidade a minha fala diante das famílias, valendo lembrar que o uso dos mesmos nunca foi autorizado em minha instituição, pelos fatores abaixo relacionados;
-Risco de queda por um tropeço da criança que irá projetar sua cabeça direto ao chão.
A pesquisadora sueca Ingrid Emanuelson pesquisou as internações por traumatismo craniano leve de crianças de 0 a 4 anos e constatou que acidentes com o andador eram sem dúvida o principal motivo para hospitalização, seguido por quedas no playground.
-Risco de queda em altura como escadas.
Nos Estados Unidos foram registradas 34 mortes de 1973 a 1998 causadas pelo equipamento, no Brasil não há controle acerca disso. (novidade!!!)
-O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança.
Ainda que não muito bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar
sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes
de desenvolvimento.
-O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador.
Apesar de conferir mais mobilidade e velocidade, a criança precisa despender
menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus
próprios braços e pernas.
Poderia enumerar vários outros fatores de risco mas vou finalizar a relação com um exemplo bem simples: Colocar
um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade
de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um menino de dez anos.
Não se pode dizer que o andador torna mais fácil cuidar da criança, pois isso revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Um dos maiores fatores de risco para traumas em crianças é dar independência
demais numa fase em que ela ainda não tem a mínima noção de perigo. Caso
o adulto realmente não tenha condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê,
é muito mais seguro colocá-lo num cercado com brinquedos apropriados a sua faixa etária do que num andador. Propiciando um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes
nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva. O
andador definitivamente não se enquadra neste esquema.
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