Vamos
tocar numa questão que incomoda pais, educadores e empresas no mundo inteiro –
a existência de adolescentes e jovens adultos que têm uma percepção totalmente
irrealista de si mesmos e de seus talentos. É possível ver como eles crescem
cercados por adultos que os tratam como preciosidades, mas é preciso
disparar o alerta para uma realidade social que diz que, para se dar bem na
vida profissional, eles precisam saber que agora estão todos na mesma linha,
que nenhum é mais importante que o outro. Esses jovens cresceram ouvindo de
seus pais e professores que tudo o que faziam era especial e desenvolveram uma
auto estima tão exagerada que não conseguem lidar com as frustrações do mundo
real. “Muitos pais modernos expressam amor por seus filhos tratando-os como se
eles fossem da realeza”, afirma Keith Campbell, psicólogo da Universidade da
Geórgia e co-autor do livro Narcisism Epidemic
(Epidemia narcisista), de 2009, sem tradução para o português.
“Eles precisam entender que seus filhos são especiais para eles, não para o
resto do mundo.”
Eles se acham merecedores de constantes elogios e rápido reconhecimento
(se não são promovidos em pouco tempo, a empresa foi injusta em não reconhecer
seu alto valor). Você conhece alguém assim em seu trabalho ou em sua turma de
amigos? Boa parte deles, no Brasil e no resto do mundo, foi bem-educada, teve
acesso aos melhores colégios, fala outras línguas e, claro, é ligada em
tecnologia e competente em seu uso. São bons, é fato. Mas se acham mais do que
ótimos o que dificulta qualquer relacionamento.
Publicado na Revista Nosso Bairro (NB PLUS - Edição nº 65 Dezembro/2014)
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