segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Por que conhecemos adultos que se comportam como bebês?




     Vamos tocar numa questão que incomoda pais, educadores e empresas no mundo inteiro – a existência de adolescentes e jovens adultos que têm uma percepção totalmente irrealista de si mesmos e de seus talentos. É possível ver como eles crescem cercados por adultos que os tratam como preciosidades, mas é preciso disparar o alerta para uma realidade social que diz que, para se dar bem na vida profissional, eles precisam saber que agora estão todos na mesma linha, que nenhum é mais importante que o outro. Esses jovens cresceram ouvindo de seus pais e professores que tudo o que faziam era especial e desenvolveram uma auto estima tão exagerada que não conseguem lidar com as frustrações do mundo real. “Muitos pais modernos expressam amor por seus filhos tratando-os como se eles fossem da realeza”, afirma Keith Campbell, psicólogo da Universidade da Geórgia e co-autor do livro Narcisism Epidemic (Epidemia narcisista), de 2009, sem tradução para o português. “Eles precisam entender que seus filhos são especiais para eles, não para o resto do mundo.”

      
      Eles se acham merecedores de constantes elogios e rápido reconhecimento (se não são promovidos em pouco tempo, a empresa foi injusta em não reconhecer seu alto valor). Você conhece alguém assim em seu trabalho ou em sua turma de amigos? Boa parte deles, no Brasil e no resto do mundo, foi bem-educada, teve acesso aos melhores colégios, fala outras línguas e, claro, é ligada em tecnologia e competente em seu uso. São bons, é fato. Mas se acham mais do que ótimos o que dificulta qualquer relacionamento.

Publicado na Revista Nosso Bairro (NB PLUS - Edição nº 65 Dezembro/2014)

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